
No imaginário popular brasileiro, Tiradentes é um nome que carrega peso. Mais do que um rosto estampado em quadros oficiais ou homenageado em um feriado nacional, ele representa um dos primeiros gritos por liberdade em solo brasileiro — um grito que ecoa até hoje, especialmente entre aqueles que desconfiam do poder centralizado do Estado e sonham com mais autonomia sobre suas próprias vidas.
Mas, afinal, quem foi Tiradentes? E por que ele ainda é tão relevante para quem busca soberania nos dias de hoje?
A figura histórica por trás do mito
Joaquim José da Silva Xavier, mais conhecido como Tiradentes, nasceu em 1746, na então Capitania de Minas Gerais, uma região rica em ouro e, por isso mesmo, fortemente explorada pela Coroa portuguesa.
De origem humilde, Tiradentes teve várias ocupações: foi tropeiro, minerador, dentista prático (daí o apelido “Tiradentes”), e também alferes, um posto militar de baixa patente. Mas sua trajetória ganha contornos históricos quando ele se envolve com a Inconfidência Mineira, um movimento de caráter separatista e republicano.
Inspirado por ideais iluministas e pela independência dos Estados Unidos, o grupo de inconfidentes queria romper com o domínio de Portugal e fundar uma república independente em Minas Gerais. E o estopim dessa revolta era um problema que muitos brasileiros conhecem até hoje: os impostos abusivos.
A revolta contra a derrama
O governo português havia instituído um mecanismo chamado “derrama” — uma cobrança forçada que buscava garantir o recolhimento mínimo de 100 arrobas de ouro por ano. Caso a produção local não atingisse esse valor, a Coroa simplesmente confiscava bens e propriedades da população para compensar a diferença.
Era a tributação levada ao extremo: o Estado exigia riqueza, e se ela não fosse produzida, ele tomava à força.
Tiradentes e os demais inconfidentes viam na derrama um símbolo da opressão colonial e do abuso do poder estatal. Para eles, o povo brasileiro era mantido em servidão sob o pretexto da legalidade — uma legalidade que só servia aos interesses da Coroa.
O preço da liberdade
A conspiração foi descoberta antes de ser colocada em prática. E, enquanto muitos inconfidentes foram perdoados ou tiveram suas penas comutadas, Tiradentes foi o único condenado à morte. Em 21 de abril de 1792, foi enforcado no Rio de Janeiro, teve o corpo esquartejado, e suas partes foram espalhadas por Minas Gerais como aviso público contra a insubordinação.
Por que ele? Há quem diga que foi um bode expiatório. Outros dizem que ele se declarou culpado para proteger os companheiros. O fato é que Tiradentes pagou com a vida por acreditar que o povo brasileiro merecia autonomia.
De rebelde a herói nacional
Durante o Império, sua memória foi apagada. Afinal, homenagear um separatista republicano era uma ameaça à ordem imperial. Foi somente com a Proclamação da República, em 1889, que sua imagem passou a ser recuperada — agora como símbolo da luta contra a monarquia e da liberdade nacional.
Mas esse resgate foi, em grande parte, político e simbólico: Tiradentes passou a ser retratado como um mártir, quase messiânico, com cabelos longos e barba — muito diferente da sua real aparência.
Apesar disso, a essência de sua luta ainda resiste: a busca por liberdade, justiça e autodeterminação frente à opressão estatal.
Tiradentes e o libertarianismo: o elo invisível
Pode parecer ousado associar Tiradentes ao libertarianismo moderno, mas a conexão é mais natural do que parece.
O libertarianismo é uma filosofia política que prega o mínimo de intervenção estatal, a defesa da propriedade privada, da liberdade individual e do direito de se rebelar contra tiranias. Ora, o que Tiradentes fez senão exatamente isso?
Enquanto muitos aceitavam passivamente os abusos da Coroa, ele foi contra o sistema, questionou a legitimidade dos tributos, organizou um movimento de resistência e lutou pelo direito das pessoas serem livres do domínio estatal.
Se vivesse hoje, talvez não usasse capa ou farda. Mas é possível imaginá-lo defendendo:
- a descentralização do poder,
- a autonomia financeira,
- o fim da exploração via impostos,
- e, quem sabe, até um certo protocolo peer-to-peer chamado Bitcoin.
A atualidade da rebelião
Mais de dois séculos depois, ainda vivemos sob um sistema que:
- cobra impostos desproporcionais,
- regula a vida privada com mão pesada,
- e entrega pouco (ou nada) em troca daquilo que confisca.
O grito de Tiradentes por liberdade permanece atual. Em tempos de censura disfarçada de “combate à desinformação”, de vigilância digital, de moeda inflacionária e de controles arbitrários, lembrar de sua história é mais do que uma lição escolar: é um ato de resistência.
Tiradentes vive em cada um que diz não ao Leviatã
Hoje, a batalha não é mais travada com espadas ou arcabuzes. É travada com ideias, educação, criptografia e ação individual soberana.
Se antes a liberdade era um ideal distante, hoje ela está ao alcance de quem:
- aprende a pensar por si,
- protege seu patrimônio fora do alcance do Estado,
- constrói alternativas paralelas ao sistema,
- e se recusa a ser apenas mais um número na multidão obediente.
Mais do que um herói, um aviso
Tiradentes foi executado por desafiar o poder. Mas seu legado continua: a luta por liberdade é atemporal. E, como bem disse Thomas Jefferson, “o preço da liberdade é a eterna vigilância”.
Enquanto houver governos que oprimem, impostos que empobrecem e sistemas que sufocam o indivíduo, haverá novos Tiradentes.
Seus rostos serão outros.
Suas ferramentas serão digitais.
Mas a chama da liberdade — essa sim — seguirá viva.

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